segunda-feira, 18 de outubro de 2010
França activa centro de crise para assegurar abastecimento de combustível
O Ministério do Interior francês anunciou a activação "de um centro inter-ministerial de crise" para assegurar "o fornecimento de combustíveis" no país, perturbado por greves associadas à contestação da reforma das pensões.
O centro de crise será presidido pelo ministro do Interior, Brice Hortefeux, e "terá como missão coordenar a ação dos diferentes serviços do Estado com o objectivo de assegurar a perpetuidade do fornecimento de combustíveis", indicou o Ministério.
Cada um dos ministérios envolvidos - Economia, Energia, Ecologia e Interior - será representado no centro, activado logo que há uma crise.
A mobilização contra a reforma do sistema de pensões em França aumentou significativamente hoje, segunda-feira, com a entrada dos camionistas no movimento e a manutenção da pressão nas refinarias na véspera de um dia de protesto nacional e quando o poder se mostra inflexível.
Convocados pelos sindicatos para endurecerem o movimento enquanto o Senado examina o projeto de lei, já adoptado pela Assembleia Nacional, os camionistas passaram à ofensiva, tendo bloqueado vários depósitos petrolíferos e fazendo marchas lentas em certos grandes eixos viários.
O espectro de uma escassez geral de combustível tornou-se uma realidade com o anúncio de rupturas de stock em cerca de 1500 estações de serviço nas zonas urbanas, depois dos automobilistas inquietos se terem abastecido durante o fim-de-semana. Existem 12.500 estações de serviço em França.
A autoridade da aviação civil francesa (DGAC) pediu às companhias aéreas para restringirem drasticamente, amanhã, terça-feira, os voos com destino a França devido aos protestos.
A DGCA pediu às companhias aéreas para cancelarem 50% dos voos a partir do aeroporto de Orly e 30% a partir de outros aeroportos franceses, incluindo o maior do país, o aeroporto parisiense Charles de Gaulle.
Depois de uma semana de mobilização sem precedentes desde o início do protesto contra esta reforma, que prevê o aumento da idade mínima de reforma de 60 para 62 anos, sindicatos e governo não arredam das posições assumidas.
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